« Le bon lecteur, le lecteur admirable ne s’identifie pas avec les personnages du livre, mais avec l’écrivain qui l’a composé. »
(Vladimir Nabokov)
C’est le numéro 2 de la série « Même les grands parmi les grands peuvent dire d’énormes conneries. » (le numéro 1 ayant été, pour mémoire, Julián Ríos à propos de Bolaño)
Archive for juillet 2012
Non mais sans blague???!!?
Posted in citations, dialogues, journal de bord on 26 juillet 2012| Leave a Comment »
Alors, c’est d’accord?
Posted in citations, dialogues on 26 juillet 2012| Leave a Comment »
« Eh bien, maintenant que nous nous sommes vues, dit la Licorne, si vous croyez en moi, je croirai en vous. C’est d’accord? »
( Lewis Carroll: De l’autre côté du miroir)
Les agents
Posted in citations, dialogues, journal de bord on 25 juillet 2012| Leave a Comment »
« Il existe cinq sortes d’agents: les agents indigènes, les agents intérieurs, les agents retournés, les agents sacrifiés, les agents préservés. Lorsque ce cinq sortes d’espions sont simultanément à l’oeuvre sans éveiller les soupçons, le souverain a tissé un réseau magique, lequel constitue le plus précieux de ses trésors. »
( Sun Tzu: L’art de la guerre)
Toute ressemblance avec des pays, régimes, « monarques » ou réseaux sociaux réels, vivants et à l’oeuvre en Occident (et ailleurs) est tout sauf pure coïncidence…
JE ME SOUVIENS…(LXIII): Blind date (Brasilia, 2006)
Posted in élucubrations on 24 juillet 2012| Leave a Comment »
L’été et la chaleur étant enfin arrivés dans mes parages, un petit texte pour les lusophones (et les hispanophones, moyennant un petit effort…), écrit pour la revue de mes étudiants du « Rio Branco » et se moquant, pas vraiment gentiment, de cette mode arrivée en ligne directe des « States », et tout autant lamentable que tant d’autres qui nous en arrivent…
BLIND DATE
E quando as pessoas já não acreditavam em coincidências, em destino ou no que quer que as façam se encontrar neste mundo, mas acostumaram-se avidamente com a rapidez, inventaram o Blind Date. Com a origem denunciada pelo nome, e apropriadamente mantido sem tradução para não despertar os desatenciosos para o inusitado da situação. Um “encontro às cegas” ou “encontro às escuras” seria uma definição aproximada, embora um encontro às escuras, nos meus tempos, significasse algo bem mais excitante.
Mas lá vão eles, desconhecidos um para o outro, em direção ao ansiado encontro. O que buscavam os dois? Nem eles tinham plena certeza. Queriam encontrar alguém realmente especial, forçar as alavancas do destino, embora ninguém lhes tenha dito que o destino não aceita ser forçado. Encontravam-se cegos e às escuras. E como cegos, tateavam o desconhecido futuro diante de si.
Eles olharam-se e mediram-se de alto a baixo. Dizer-ia-se que eram dois executivos, encontrando-se para assinar um futuro contrato. Uma possibilidade de juntar as empresas. Qual o seu patrimônio líquido? Expectativas futuras? Problemas estruturais? Projetos não completados no passado? Porquê?
Um poeta acertadamente balançaria a cabeça com desgosto e, andando pela rua deserta, pensaria no que viu, ou no que deixou de ver: na falta de olhares sorrateiros que são começo, começo apenas, sem fim, da não-aproximação inconsciente de corpos que se buscam, da falta do sorriso cheio daquelas coisinhas que deixariam ao outro noites sem dormir.
Ele queria algo. Ela queria algo. E, por um breve momento, olharam-se de soslaio e pareciam o ter encontrado. As empresas combinavam, se antevia lucros. As estruturas estavam bem assentadas. Os patrimônios líquido e pessoal encaixavam-se. Esqueceram, porém, de primeiramente conversar com o coração, diretor de Recursos Humanos de todas as relações. Este, era desconfiado por natureza e naquele momento, um senhor taciturno. Não gostava de transação sem lastro de sentimentos.
Na pressa, eles esqueceram de perguntar-se porquê estavam ali. Queriam apenas que aquele « algo » desse certo. Esqueceram de olhar no fundo dos olhos e sentir um frêmito de desejo percorrer o corpo. Esqueceram de ser ingênuos e rirem de suas próprias bobagens, porque é permitido ser criança quando se gosta de alguém.
Mirando a si mesmos como uma concreta possibilidade futura ou, quem sabe, antevendo talvez algumas possíveis noites de prazer, esqueceram de viver o presente.
Ela falou-lhe de muita coisa. Mas esqueceu de morder levemente os lábios úmidos e entreabertos, que desde o início dos tempos não requeriam palavras…
Ele falou-lhe de mais coisas ainda. Mas esqueceu de pegar-lhe na cintura com decisão, como se enlaça a mulher que naquela hora deseja para si…
Encontraram-se às escuras e saíram às cegas. Restou do que « algo » seria apenas o que não foi, mais que um dia poderia ser, e – quem sabe? – talvez será, mas não desse jeito …
Ailleurs…
Posted in dialogues, journal de bord on 23 juillet 2012| Leave a Comment »